domingo, dezembro 20

Tenho o porto mas me falta paz


Fotografia de Reginaldo Bastos


As nuvens cobriram o brilho do meu sol.
Mas acima delas há o sol que brilha
e eu preciso me levantar para vê-lo.
Que dizer diante dessas letras?
Como traduzir o sentimento de amargura e medo?
Não sei.
Sei que a paz que tanto busco, um dia há de chegar.
Mas, há que ser construída também,
conquistada.
há que se ter olhos para ver e sensibilidade para sentir
esse sol por detrás das nuvens.
Devagar, passo a passo, vou tentando.
Tenho um Porto mas paz não sinto...
Lembro-me de alguém a me dizer:
"Deus está sempre de mãos abertas para ajudar quem não tem as mãos fechadas"
Pensei no meu grito
Nos meus vazios
E na vida.
O que estamos plantando?
Para onde estamos indo?
Qual é o sentido da vida para nós?
Preciso dar amor, sorrir, espalhar atos de bondade?
Penso.
Aquieto-me.
Nenhuma resposta me vem.
Tenho o porto do emprego,
da família,
da realização,
dos dons maiores em mim...
Mas me falta paz...
Paz para visualizar a mim mesma e dizer: Posso! Sou! Quero!
Paz para olhar pro alto e entregar ao meu Deus toda a angústia
e convidá-lo a dividir comigo o peso da caminhada...
Pedir a Ele que dê o rumo da minha embarcação.
Paz para me sentir seguro mesmo nas tempestades...
Paz para saber que há um farol a me iluminar
E que há sentido e direção.
Meu porto não tem paz
Porque me falta fé.

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