quarta-feira, junho 9

Preferências


Pessoas são seres complexos
e incógnitos.
às vezes tentando ajudá-los
decepcionados ficamos
com atitudes mesquinhas
que vem ao nosso encontro.
Nossa tentativa de ajuda
soa para eles como afronta
e a boa intenção
provoca-nos
e leva-nos a pensamentos
errôneos sobre
nós mesmos.
Como se fôssemos
julgadores
egoístas
e maus.
Noutras vezes
ficamos alheios
e cobramos de nós
uma postura mais direta
achando que deveríamos nos comprometer
com os que amamos
a fim de ser luzes
na vida deles
pois tememos
que caiam nos abismos 
da própria vida.
Porém,
a cada dia
percebemos
que pessoas não valem
nada 
além do sorriso
comum a todos
e do olhar calado
de perguntas
sem resposta alguma.
Que cada qual
quebre a cara
à seu modo
e Deus nos livre
dos erros
que fazemos
por amor.
Por isso
a cada dia
repenso gestos
e me envolvo menos.
Prefiro amar sempre
os meus amigos
caezinhos!

domingo, junho 6

Fotografia de Leila Pinho

Sou a expressão
dos sentimentos
que tenho.
Meu livro
escrito
é a poesia que trago
agarrada a mim
mesmo em dias tempestuosos
em que me foi dado aprender de tudo
e sobreviver.
A alma
limpa
é certeza
de um lugar bom
com o mar batendo na praia
e a brisa suave em cada manhã.
Meu brilho vai além de tudo 
além do que tenho
além do que sou.
É alma querendo ser pura
é sentimento querendo ser nobre
é racionalidade, enfim!
Diferenciado ser sinto que sou
em minhas  plenitudes
feito versos de um soneto
inacabado.
Um dia
meu livro
será aberto
por mim
e eu terei a chance 
de repensar meus atos
e erguer minhas bandeiras.
Meu ser finito
vive de plenitudes
e infinitudes
como se a vida fosse
para sempre.
Em síntese, não fui
e nem passei.
Ainda estou.
E eu olhei
o horizonte firme
e escalei minhas montanhas
para chegar ao universo de mim
onde vivo
atrás de uma utopia.

sábado, junho 5

Onipresença

Fotografia de Lucas Rosa

Mesmo  a vida passando
dá a impressão que  pessoas
não passam.
Talvez quando Deus criou a humanidade
para a eternidade
tivesse pensado o quanto seria bom
tudo ser para sempre.
Mas na sua inquietude
o homem tinha que dar ouvidos ao mal
e estragar um plano
infinitamente
pleno.
Por isso a cada dia
tomo as asas do tempo
e lamento
pensando nas possibilidades
de sentir para sempre
o bom e  mesmo sentimento 
de vida e amor.
E de fazer brotar em cada instante
a mesma esperança
costumeira
com vontade 
de estar bem.
Mas a vida
chega
e arrebata os sonhos
envelhece os pensamentos
e tira de nós os presentes
sonhados.
E de todos nós algo se vai embora
lamentando ou não
as coisas partem.
E olhando da janela da alma
eu pressinto
que o fim virá
para mim
e para meu sentir.
Mas eu queria imensamente
não ter fim.
Ficar ali
a beira da estrada
frondosamente
feliz!