sexta-feira, fevereiro 12

Zuga


Era o amor expresso em vida
e sua vida era serviço.
Simplicidade, sua marca
e eu nunca a vi levantar a voz.
Do seu lado tantas vezes me abriguei
sua casa era  vida e  aconchego
precisei dela muitas vezes
para minha referência.
Tive tantas oportunidades
de expressar-lhe
 o que sentia
mas nunca expressei com palavras
acho que ela sabia o quanto representava
embora nunca tenha dito.
Para mim o seu poder era também
o de adivinhar as almas.
Talvez se soubéssemos
que a vida é mais efêmera
do que supomos
e que os versos
não expressos se calam
gritaríamos nossas verdades
a todo instante.
Um dia fui vê-la
depois de tanto tempo
e eu soube que era ali o derradeiro instante
meu e dela.
De minha alma ao céu
uma oração subiu
e disse a Deus que esta tia
era o amor  expresso em feitos
que sua vida foi feita para o serviço
e que doía meu ser
vê-la ali naquela cama.
Soube naquele dia que nunca mais a veria
era uma evidência fria
ante a tristeza de minh 'alma
vi seu fim.
Depois parti e então
ela ficou em seu leito
doía em mim seu sofrimento
a cada dia.
Triste ver sofrendo o ser que foi bom
e foi amor expresso aos seus!
... 
Hoje me contaram de sua morte
e eu chorei tristemente
como se uma página da vida tivesse fechado para sempre
e tive vontade de escrever sobre essa alma boa.
Era ela a mulher guerreira
trabalhava sem pensar em si.
Na casa dela 
tantas vezes estive
era um remanso
um pedaço de céu
 pois ela estava ali.
Abrigava
seus queridos
e sorria
carregando a paz dentro da sua alma boa.
Ela foi o amor
expresso na doação
do próprio ser.
Hoje,
estou triste
em agonia,
ela partiu.
Descansou de suas dores
mas deixou
os seus amores
e eu chorei.
Minha eterna saudade, tia!

Nenhum comentário: