terça-feira, dezembro 29

Além daqui





Ah eu desisto!
Não consegui editar o meu texto.
Na verdade nasci para fazer-me
e fazendo-me não alcancei a perfeição.
No meio do caminho
desisti de tentar-me.
Então minha defesa é sorrir
quando triste
para que ninguém seja capaz de desvendar-me.
Desvendar-me
nem tente!
Há muito deixei de ser surpreendente.
Parti
e estou como a lua
só e inalcançável.
Superficial?
Sou sempre
quando quero e quando não quero
é um fingir constante
pois não vale a pena
deixar vir à tona 
a essência de minha alma
que eu julgava boa.
E quando me encontrar
nem pense que estou ao alcance
da sua alma
pois cansei de deixar-me desvendar.
Não faço parte dos normais
porque odeio fingir
e nem sou comum
porque não penso igual
nem me considero racional
pois minha mente está nas estrelas.
Tento esfriar o ser
e sintonizar o ter
mas minha alma não deixa
e adoeço sempre
com dó de mim.
Amo os bichos que são plenos
gosto de contar com eles
são fiéis
pedem meu colo.
Só a eles meu coração entrego
sem reservas e sem medo.
De uns tempos para cá
ando sorrindo pouco,
de repente, deu vontade
de sorrir só para quem eu quero.
Sou amigo
mas não quero ter amigos
para não sabê-los
 e nunca contar com eles.
Porque amigo é  do momento
como a moda da estação
vem e passa.
Vêm e vão.
O que mais gosto na vida
é não criar expectativas
dessa forma tudo flui
desse modo fica-se bem.

Um dia


serei um quadro na parede
inerte
feito madeira
vidro
apenas fotografia.
Ao olhar-me
quem sabe dirão saudades
ou lembrarão bons momentos
quem sabe nada dirão.
Edito-me
ao sabor do vento
e sou pleno nas palavras.
Verdades
são como doces
acho que sempre vou gostar.
Um dia
minha boa fé
pegou a estrada e partiu
doeu-me
a despedida.
Por isso
que há de me dar o mundo
quais chances ainda terei
quando morre a alma
se vive tal qual o vento
que sopra de algum lugar.
Deste mundo
e deste modo
que posso ainda esperar?


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