sexta-feira, dezembro 18

Um final de esperança








Fotografia de Sandra Marques


Sei que um dia estarei aqui
e não sentirei mais a presença 
da totalidade dos que amo
Porque a vida é finita

 e da vida não se sabe a lida,
é uma carta incerta, feito mapa de um tesouro.
Haverá farol ou clareira depois daquela trilha?
Estarei só ou perdido de mim?
Avistarei o mar e mergulharei na sua calma ,
ou chegarei tranquilo numa ilha assustadora?
Sei que no decorrer do tempo a vida se mostrará

a vida acontecerá
no seu passo singular 
e sempre serão novos os caminhos
O que sei é que não  segui-los leva-me a pensar que desisti.
Importante é dar passos
ao acaso talvez,
na solidão talvez,
ao encontro daquilo que me for melhor.

Querendo ou não, se busca.
Porém há uma trilha na alma

de passos já caminhados para lembrar...
Se houveram sonhos e risos 
 será doce recordar tamanha vida.
Mesmo que o sonho se desfaça
e que já não se arrisque um lindo voo.

Sempre haverá a vida
 por todos os caminhos
e a alma jamais esquecerá o rumo que tomou
apesar da efêmera verdade de cada um.

Todos os passos são finitos. Além dos passos há a alma
desta sim, jamais se ouviu falar de finitudes.
Por isso sempre há sentido o aprender !
E cada folha que cai é um verso eternizado
Se tristes ou felizes os versos que escrevi, não sei...
Tenho lutado por palavras belas !
Ali na curva deverei encontrar a minha morte
meu derradeiro final.
O fim é imutável.
E eu não posso mudar a minha história construída,

ela passou por mim e foi-me fazendo.
Mas há uma promessa de vida para mim
que posso ser eternizado um dia

para provar toda a alegria
porque então eu saberei o que é ser
verdadeiramente feliz!

Ao alcance de minhas mãos
está a salvação!
Eu posso ser para sempre!


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