domingo, dezembro 20

Na rua que era minha





Fotografia de Luis Ventura


Tarde perfeita para me encantar
andando na rua que era minha.
Meus passos e o latido dos cães,
o riso que vinha das casas,
radio tocando musica antiga.

Um grupo de adolescentes
vestindo-se iguais,
aparelhos nos sorrisos.

passam por mim.
Na pracinha casais de todas as idades,

correm as gerações,
exercício da vida!
Os passos no ritmo das lembranças
na tarde que findava.
Passou o carro do homem de terno
estava sério, negócios!
Passou o carro do jovem
ouvi a musica, vibração!
Um cachorro ataca.
Desvio da poça.
 Da casa do muro amarelo, 

um perfume de sopa de ervilhas,
aquelas cremosas com cheiro de vó.
No campinho meninos de havaianas, batem bola.
O time dos sem camisa contra os outros.
Saí procurando a poesia e não a encontrei... 

Faltaram as palavras porque o poema precisava ser perfeito.
Mas tudo que vi, está aqui, expresso.
Alma lavada...

Êxtase...
encantamento!
A poesia vai brotar 

se voce perceber que a vida são pedaços minúsculos daqueles
 momentos eternizados em nós!
Poesia manda avisar que saiu

 foi andar... está na rua...
para se vi -

 ver!


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