quarta-feira, janeiro 6

Viver



E se eu te dissesse
minha pequenina alma
que todo amor
 um dia brotará,

que toda flor 
um dia murchará,

que todo brilho 
um dia acabará.

que todo bem um dia fluirá

e todo mal aparecerá?

E se eu te contasse

que toda  história um dia sempre finda

seja ela alegre ou triste,
seja medíocre ou  linda...

e o verbo sempre será conjugado

no passado 

que  pode ser perfeito 
imperfeito
 ou não

e que o amor mesmo que a vida 
seja finita
para sempre e  sempre valerá?

E se eu esquecesse

que a dor um dia foi infinda

que o tempo um dia foi cruel

que o vento levou as lembranças

que aquele gosto amargo foi o fel?

E se um dia
eu e você pudéssemos sentar

nas cadeiras da vida plena

para ver além do azul

 o farol que nos guiava

sentir o tempo sem as mágoas 
e entender o seu domínio?

E se a força se achegasse

e fosse imensa como a vida
dando-nos a força necessária

e o poder para roubar o sol?

E se a vida nesse dia

se apresentasse

feito criança
na brincadeira de alma leve,
que esconde o corpo

e esquece os pés?

E se a alma

fosse pequena

para abrigar tamanho bem?

Talvez assim

entenderias

os gestos todos

a humanidade

o mundo enfim...

E a plenitude

de toda vida

seria ver

que embora haja

dores e amores

ainda vale...
e sempre vale...

ainda e sempre
 vale viver!



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