terça-feira, junho 28

Tempos

Estes tempos 
de nós atados
em nós.
Estes tempos
em que vislumbro
seres perdidos
vivendo a vida
em prol de rumos
que não se veem.
Tempos de poesia
desconstruída
de velas tortas
sem rumo a vida
nestes tempos de dores
e de rumores.
Noutros tempos
fluia a vida
em gestos simples
pequenos gestos,
em dias lentos ao relento
de ventos calmos
e ares  bons.
Hoje no entanto
é a correria
quando se grita
ninguém escuta,
quando se foge
nada se leva.
É o homem tolo
que faz  de si
um ser perplexo
 e desconexo.
Um ser melhor?
Pensa que sim.
Tempos
melhores ou piores
são estes,
de individualismos e dívidas.
Onde o amor
não mais existe
como fonte de verdade
e zelo.
Tempos de dores
de abuso e  uso
e despudores
tempos  perdidos
entre lamentos,
de amor, sedentos
tempos do fim!
Findou o homem
e o seu sorriso
é impreciso
não vejo mais.
Tempos estes
para lembrar aqueles
em que só a vida
era bem mais.

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