quinta-feira, dezembro 17

Homem de Maria










Fotografia de Bernardo Coelho


Ele passou
Trôpego
Cambaleante
Entregue aos vícios
Desconcertado ser.



Trazia na alma
aquele desprazer de ser
o pouco que pensou
E não entender o rumo
Que tomou.




Era mais fácil
Sucumbir.
Bebeu a ira
Bebeu o medo
Bebeu a vida
Foi seu segredo.




Aos olhos dela
ser infeliz
que escolheu
mas fraco era
fez-se o caminho
vida inconstante
perdedor.

Maria
Olhava triste
O fraco ser
Que não ousou
Buscar o rumo
O sonho seu!



Diante da vida
foi desatino
Nada restou
sonhos desfeitos
do amor eterno
a vida matou
ele a perdeu.



Assim vão os homens
Perdidos seres
Perdidos dias
De solidão.


Cambaleando
em seus dissabores
Cambaleando
em seus próprios vícios
só dores
tão suas.



Percebe o homem
Que sua vida
Foi ilusão.
Se visse a tempo
sua utopia
nem beberia


teria a força
E faria o rumo
Pisando o chão.

Foi-se para longe
o homem de Maria
ao fim de mais um dia.



Caiu prostrado
Feito um bicho fraco
Que se entregou.


Desistiu!
de estar perto
de ser o escolhido
de viver a história 
ao lado dela.



Só.
Sem razão.


Se olhasse ao alto
Veria o leme
Teria vida e direção.
Veja Maria, lá vai o homem
De olhos tristes
Cambaleando
Tão só, 
sem Deus
De olhos no chão!








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