quinta-feira, dezembro 17

Por vezes a vida



Fotografia de Lucas Cardoso Rosa


Sinto a brisa que me embala

vida que se cala

versos lentos

 hoje sou.

Tento ir-me, me encorajo

e não vou.

Falta-me talvez a rua certa



então,

 flerto com a deserta

 rua de sonhos meus

que ficam longe

ao som do adeus.

Deixo-me levar pela falta dela

e não me importo mais

pois que me importa

o importar-se?

(já que a vida fica lentamente atrás).

Cabisbaixo e triste

gira o mundo

pela dor que o alucina.

Estou sem dores

nem pareço com o mundo

 nesta vida a rodar

esqueço-me às vezes

de ir,

ser,

vir

ou encarar-me...

E na surdina

quando me calo

vejo que a vida foi.

De ponta cabeça vai a vida

e eu nem sinto

ou se sinto,

minto.

Sei apenas que passará. .

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