quinta-feira, dezembro 17

Evaporei-me

Descalça essa alma vai
feito vento que balança a cortina
pano leve
movimento lento...
Sobe em desalinho 
solta ao sabor da lua
 essa lua nua que brilha
feito presente no céu 
para me encantar.
Nada leva
nada pesa

é só alma!
Apenas pressente
silente o movimento
de alegrias exageradas
ou de lágrimas de um passado qualquer.
Inerte a alma busca
e vão se abrindo as gavetas tantas

tantas que permanecem mudas e doem.
Doem lembranças pequenas
outras grandes fazem rir

ou revirar os sonhos que ficaram para depois...
Viajante ao sabor da vida
que escreveu as linhas
 vivendo-as.
Silente vida de sonhos e desejos
mistérios talvez

ou então possibilidades
desencontradas.
Por isso voa minha alma leve
num balançar alvo

inocente
feito a lua misteriosa
Inalcançável e por isso
Bela..
Ofuscada por vezes
visível em outras
Impossível.
Meus pés sentem o chão em que me encontro
Fincam-me!
Arraigado solo que não desgruda de mim
Sou eu 

exatamente assim...
Sempre terei essa alma solta
mas sempre estarei aqui.
Despertam-me pétalas
me vejo vestida de cores
sabores
canção.
Pouso a vida num infinito
e adormeço
leve, natural, voando livre 
num movimento nem tão lento
Vida voa junto a alma
Tempo 

por dentro
lamento
movimento
Evaporo
E fim. 

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