quinta-feira, dezembro 17

Poema só


Onde estão as crianças 
que pulavam amarelinha?
Para onde foi o cantar dos galos 
que acordavam as manhãs?
Que foi feito das cadeiras que ficavam nas calçadas?
Meu poema ficou só.
Perdeu a rima.
Tal qual o homem que perdeu a vida simples
e passou a ser  supérfluo...

E em meio ao movimento e à violência das cidades
estou perdido...
O céu está cinza
os dentes não estão à mostra,
sorrisos se calaram.
Todos tentando ganhar...
e nada se tem.
Nada além!

E pensar que um dia...
A gente foi feliz sem air bags,
sem os fast foods,
sem o movimento constante de ir e vir
sem pedágio e rodovia
sem viagens para Manhatan.
Felicidade de ontem estava no entrelaçar de mãos e sentidos.
No compartilhar da vida.
Em coisas tão essenciais para nunca ser sozinho.
Felicidade hoje...Compra-se na galeria 
que abriu naquela esquina!
Compra-se...
Mas nunca se tem o dinheiro todo.
E vêm as frustrações. . .
Que viram cicatrizes!
Por isso...
Cessaram os sorrisos
e meu poema ficou só!



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