terça-feira, janeiro 5

Entre Muros

Ingressou neste mundo qual figurante. 
Foi nascituro, quase sem futuro, 
Viveu na vida a solidão dos muros
que construiu para si.
Acha intrigante?
Sua mente entre muros
vacilante, gritando a parceria
sonhando mão amiga, gritando a vida!
Sua mente, entre muros, 
Sempre esmurrando arquejante 
O tenaz desafiante!
E, a seu modo, conseguiu amar, 
ser inflamante!
Porém, no íntimo, vivia no inferno de Dante.
Inseguro, procurou se libertar, achar seu porto ,
a vida toda, tentou, estonteante!
Aos mistérios da mente, enfim
sucumbiu, a vida real se esvaiu, 
Foi entregue, levado amarrado
a um edifício... 
no frontispício, estava escrito: Hospício!
Sem domínio dos atos e dos fatos,
entre choques elétricos, sem agüentar,
nem era atlético, deixou-se levar... pela angústia.
Sem muita astúcia, tentou do suplício escapar.
- vida em desalinho que mata os sonhos! - 
Numa noite chuvosa, tenebrosa,
pôs-se a escalar aquele muro, agora real,
do seu mundo irreal. 
Suas mãos que nunca mataram, 
tocaram um fio... um clarão, o ruído, odor de queimado no ar.
O luar escondido por nuvens negras, não testemunhou o ato final!
Uma alma sofrida julgou libertar-se do mal, 
libertar-se dos muros que fez para si, pulou,
Foi-se a esperança da vida
com sua ferida, esvaída de tanto sofrer... 
Por isso os muros na vida
Precisam de mãos que os derrubem
E os homens que caminham sozinhos
Precisam do abraço dos seus.
E as almas no inferno de Dante
Precisam e precisam de Deus!

(Autoria de Marisa Bragalia e parceria com um amigo virtual do orkut chamado  Elói Pereira )



Um comentário:

Vovó Feliz disse...

olá Marisa
E não são poucas as pessoas que criam muros que as afastam das pessoas q mais as amam.
E também há muitas pessoas cuja alma grita por libertação, para libertar-se das mágoas, das raivas e dos anseios.
Muitas vezes acontece conosco mesmo.
BEIJOS
cLEU